DON ELIA: A BESTA DE SETE CABEÇAS
![]() |
Combate contra a besta de sete cabeças, biblioteca de Toulose, 1220-70 |
D. Elia
Tradução Gederson Falcometa
A aplicação do Apocalipse a compreensão da atualidade sempre suscitou vivo interesse, mesmo se comporta riscos não desprezíveis. Uma observação se impõe: a realização das suas profecias já foi observada mais vezes em eventos do passado aos quais, todavia, não se seguiu a instauração do Reino de Deus. Até que ponto é legítimo, além disso, pretender de colher em fatos contingentes o cumprimento da Palavra divina, que tem alcance meta-histórico? Não obstante, um uso cauteloso e não excessivamente unívoco do último livro da Bíblia, como chave de leitura dos acontecimentos contemporâneos, parece admissível, se um Doutor da Igreja da espessura mística e especulativa de São Boaventura de Bagnorégio (1221-1274), no prólogo da sua Legenda Maior, interpreta a figura de São Francisco de Assis como o Anjo do sexto selo (cf. Ap 7,2), encarregado de imprimir sobre a fronte dos servos de Deus, a marca da salvação antes da execução do castigo anunciado para a humanidade pecadora.
Uma vez que as doutrinas heréticas (condenadas pelo IV Concílio Lateranense em 1215) do abade Joaquim de Fiore, que prometia o eminente início da terceira idade do mundo, aquela do Espírito, tinham contagiado a Ordem franciscana por obra de Geraldo de Borgo San Donnino e de Pedro de João Olivi, São Boaventura, na qualidade de ministro geral, tratou com a máxima severidade os fraticelli dos movimentos pauperistas, mesmo sem abster-se de propor uma equilibrada exaltação do carisma franciscano a luz das Sagradas Escrituras, com a finalidade de defendê-lo dos virulentos ataques: no Poverello de Assis, o próprio Cristo, se tornou mais uma vez visível sobre a terra, ainda tinha feito resplandecer o Evangelho em toda a sua pureza. Sobrevoando sobre a periodização da história cristã (segundo a qual à sexta época, inaugurada por São Francisco, já duraria oito séculos), aquilo que conserva toda a sua validade é a consciência que as crises, na Igreja, se superam com um incremento de vida evangélica, na humildade e na pobreza abraçadas por amor a Deus.
Devemos certamente observar que a crise atual é de todo inédita, enquanto não é apenas de ordem moral, mas antes de tudo de natureza doutrinal, baseando-se não sobre a recusa deste ou daquele dogma (como nas heresias), mas do dogma em si e de qualquer verdade imutável. Nisto não é comparável nem mesmo a heresia ariana, apesar das numerosas analogias (amplo consenso na hierarquia, forte sustentação política, vasta difusão nas populações emergentes...). Que a sua raiz mais profunda não seja de origem teológica, mas esotérica, já é agora flagrante, sobretudo se si examina a luz do capítulo 13 do Apocalipse. A luta entre a mulher e o dragão, que envia depois as duas bestas, abraça obviamente toda a história da Igreja, mas hoje aparece com particular evidência no caráter demoníaco dos poderes que governam o mundo. A cultura dominante, fundando-se sobre toda uma série de patentes mistificações pseudo-científicas (materialismo, evolucionismo, generismo, etc), está operando uma radical mudança da realidade e dos valores morais.
A primeira besta, com a sua sua força aparentemente invencível e a sua fúria contra o divino, se manifesta habitualmente no domínio sionista do mundo, o qual se articula porém em diversos pólos de poder que, rivalizando entre eles, se equilibram alternadamente de modo tal a evitar o prevalecimento de um sobre o outro: são as sete bestas. A segunda besta, de aspecto de cordeiro mas com discurso do dragão, é uma instância aparentemente espiritual que tem a tarefa de fazer adorar a primeira; é o falso profeta destinado, com o diabo e o Anticristo, a queimar eternamente no lago de fogo e enxofre (cf. Ap 20, 10). Que ela seja hoje bem representada, é árduo negá-lo: as suas ligações com a maçonaria hebraica da Bᵉnē Berith são de domínio público, tanto como as tramas que a levaram ao vértice da Igreja Católica. Como arcebispo, caçou ou relegou a papéis secundários, os professores ortodoxos da sua universidade católica e promoveu em seu lugar notórios maçons, enquanto em sua cúria se circundou de personagens discutíveis e totalmente o contrário de meritórios (aquilo que continua a fazer no Vaticano de modo sistemático).
O homem escolhido no além mar para promover uma primavera na Igreja provém de um País nascido de uma revolução maçônica. Durante a sua visita oficial na Argentina, entre 23 e 24 de março de 2016, antes de se entreter com o sucessor de Bergoglio, Barack Obama rendeu homenagem ao “pai da pátria”, o traidor José de San MartIn, que se rebelou contra a Coroa espanhola depois de ter sido iniciado na Europa. A sua tumba se encontra na catedral de Buenos Aires, propriamente no lugar onde o futuro pontífice usava para convidar os chefes da Bᵉnē Berith para assistir a sua Missa em torno ao altar... Tendo conta do fato que, naquele ambiente, qualquer gesto público tem um valor simbólico e veicula uma precisa mensagem, não há realmente nenhuma razão para ficar tranquilo. Um certo antiamericanismo de fachada, característico dos ambientes eclesiais latinos, poderia não ser outro que a manifestação de um conflito de superfície. Na sua terra se sabe que o então provincial dos jesuítas, colaborando ativamente com o regime de Videla, foi muito severo com os confrades envolvidos na teologia da libertação e nas suas atividades revolucionárias; não será por isto que nunca retornou?
A besta tem sete cabeças distintas, que podem eventualmente combaterem-se, mas é também sempre uma besta só, a saber é uma única central de poder que coordena as rivalidades e os conflitos pelos seus fins. Que seja a Central Intelligence Agency a financiar regimes militares e seitas pentecostais ou a Conferência Episcopal Alemã a forragear, ao oposto, teólogos da libertação e movimentos sem terra, no fim muda pouco, dado que o dinheiro é gerido pelos bancos e que estes últimos estão sob o controle da máfia judaica. Resultado convergente destas estratégias é o aniquilamento da fé católica nas populações sul-americanas, o retrocedimento da Igreja naquele continente e a regressão ao panteísmo pagão, embora aggiornado pelo uso da tecnologia. É este o ideal que entendem nos propor com o assim chamado sínodo para a Amazônia? Parece propriamente que sim, vistas as cerimônias com que se abriu e o contemporâneo lançamento italiano do filme Maleficent, projetado antecipadamente em seis meses, a dois passos de São Pedro, em coincidência com o início dos trabalhos sinodais. A consagração vaticana do comércio com os espíritos segue a mesma linha da “reconciliação” entre o bem e o mal sugerida pela película.
É próprio o objetivo da cabala hebraica: tarefa do iniciado é conciliar os opostos* e completar a divindade com a ajuda do mal, que se revela tanto um benéfico elemento de integração; se quiserem traduzir em linguagem bergogliana (ou melhor luterana, porque não é de fato original), é o Jesus que se faz diabo e serpente. ‘Diz-me com quem tu andas e te direi quem és”: nunca o modo de dizer foi mais oportuno. A este ponto vem a perguntar-se - como observou agudamente um leitor - a que deve servir a ordenação de viri probati e a extensão do sacerdócio as mulheres, se a Igreja não deve converter os índios mas, ao contrário, aprender com eles a dar espaço àquela realidade que até agora foi injustamente proscrita; se, ao antes de Cristo na Eucaristia, nos devemos prostar em honra da Mãe Terra; se a evangelização é condenada como proselitismo e o ministério sacerdotal desqualificado como mera distribuição de Sacramentos... Porque tanto barulho por nada, se a Igreja militante deve ser suprimida com uma “doce morte” da qual nasça um culto neopagão, centrado sobre a divindade andrógena que o herético Cardeal Martini chamava Deus Pai-Mãe? Não é talvez este o verdadeiro objetivo do latrocínio atualmente em curso? ”Mas Deus tinha outros projetos”, observaria a Emmerich.
Et ecce pereo tristitia magna in terra aliena (1 Mac 6, 13). Sic fiat omnibus illis maledictis!
Devemos certamente observar que a crise atual é de todo inédita, enquanto não é apenas de ordem moral, mas antes de tudo de natureza doutrinal, baseando-se não sobre a recusa deste ou daquele dogma (como nas heresias), mas do dogma em si e de qualquer verdade imutável. Nisto não é comparável nem mesmo a heresia ariana, apesar das numerosas analogias (amplo consenso na hierarquia, forte sustentação política, vasta difusão nas populações emergentes...). Que a sua raiz mais profunda não seja de origem teológica, mas esotérica, já é agora flagrante, sobretudo se si examina a luz do capítulo 13 do Apocalipse. A luta entre a mulher e o dragão, que envia depois as duas bestas, abraça obviamente toda a história da Igreja, mas hoje aparece com particular evidência no caráter demoníaco dos poderes que governam o mundo. A cultura dominante, fundando-se sobre toda uma série de patentes mistificações pseudo-científicas (materialismo, evolucionismo, generismo, etc), está operando uma radical mudança da realidade e dos valores morais.
A primeira besta, com a sua sua força aparentemente invencível e a sua fúria contra o divino, se manifesta habitualmente no domínio sionista do mundo, o qual se articula porém em diversos pólos de poder que, rivalizando entre eles, se equilibram alternadamente de modo tal a evitar o prevalecimento de um sobre o outro: são as sete bestas. A segunda besta, de aspecto de cordeiro mas com discurso do dragão, é uma instância aparentemente espiritual que tem a tarefa de fazer adorar a primeira; é o falso profeta destinado, com o diabo e o Anticristo, a queimar eternamente no lago de fogo e enxofre (cf. Ap 20, 10). Que ela seja hoje bem representada, é árduo negá-lo: as suas ligações com a maçonaria hebraica da Bᵉnē Berith são de domínio público, tanto como as tramas que a levaram ao vértice da Igreja Católica. Como arcebispo, caçou ou relegou a papéis secundários, os professores ortodoxos da sua universidade católica e promoveu em seu lugar notórios maçons, enquanto em sua cúria se circundou de personagens discutíveis e totalmente o contrário de meritórios (aquilo que continua a fazer no Vaticano de modo sistemático).
O homem escolhido no além mar para promover uma primavera na Igreja provém de um País nascido de uma revolução maçônica. Durante a sua visita oficial na Argentina, entre 23 e 24 de março de 2016, antes de se entreter com o sucessor de Bergoglio, Barack Obama rendeu homenagem ao “pai da pátria”, o traidor José de San MartIn, que se rebelou contra a Coroa espanhola depois de ter sido iniciado na Europa. A sua tumba se encontra na catedral de Buenos Aires, propriamente no lugar onde o futuro pontífice usava para convidar os chefes da Bᵉnē Berith para assistir a sua Missa em torno ao altar... Tendo conta do fato que, naquele ambiente, qualquer gesto público tem um valor simbólico e veicula uma precisa mensagem, não há realmente nenhuma razão para ficar tranquilo. Um certo antiamericanismo de fachada, característico dos ambientes eclesiais latinos, poderia não ser outro que a manifestação de um conflito de superfície. Na sua terra se sabe que o então provincial dos jesuítas, colaborando ativamente com o regime de Videla, foi muito severo com os confrades envolvidos na teologia da libertação e nas suas atividades revolucionárias; não será por isto que nunca retornou?
A besta tem sete cabeças distintas, que podem eventualmente combaterem-se, mas é também sempre uma besta só, a saber é uma única central de poder que coordena as rivalidades e os conflitos pelos seus fins. Que seja a Central Intelligence Agency a financiar regimes militares e seitas pentecostais ou a Conferência Episcopal Alemã a forragear, ao oposto, teólogos da libertação e movimentos sem terra, no fim muda pouco, dado que o dinheiro é gerido pelos bancos e que estes últimos estão sob o controle da máfia judaica. Resultado convergente destas estratégias é o aniquilamento da fé católica nas populações sul-americanas, o retrocedimento da Igreja naquele continente e a regressão ao panteísmo pagão, embora aggiornado pelo uso da tecnologia. É este o ideal que entendem nos propor com o assim chamado sínodo para a Amazônia? Parece propriamente que sim, vistas as cerimônias com que se abriu e o contemporâneo lançamento italiano do filme Maleficent, projetado antecipadamente em seis meses, a dois passos de São Pedro, em coincidência com o início dos trabalhos sinodais. A consagração vaticana do comércio com os espíritos segue a mesma linha da “reconciliação” entre o bem e o mal sugerida pela película.
É próprio o objetivo da cabala hebraica: tarefa do iniciado é conciliar os opostos* e completar a divindade com a ajuda do mal, que se revela tanto um benéfico elemento de integração; se quiserem traduzir em linguagem bergogliana (ou melhor luterana, porque não é de fato original), é o Jesus que se faz diabo e serpente. ‘Diz-me com quem tu andas e te direi quem és”: nunca o modo de dizer foi mais oportuno. A este ponto vem a perguntar-se - como observou agudamente um leitor - a que deve servir a ordenação de viri probati e a extensão do sacerdócio as mulheres, se a Igreja não deve converter os índios mas, ao contrário, aprender com eles a dar espaço àquela realidade que até agora foi injustamente proscrita; se, ao antes de Cristo na Eucaristia, nos devemos prostar em honra da Mãe Terra; se a evangelização é condenada como proselitismo e o ministério sacerdotal desqualificado como mera distribuição de Sacramentos... Porque tanto barulho por nada, se a Igreja militante deve ser suprimida com uma “doce morte” da qual nasça um culto neopagão, centrado sobre a divindade andrógena que o herético Cardeal Martini chamava Deus Pai-Mãe? Não é talvez este o verdadeiro objetivo do latrocínio atualmente em curso? ”Mas Deus tinha outros projetos”, observaria a Emmerich.
Et ecce pereo tristitia magna in terra aliena (1 Mac 6, 13). Sic fiat omnibus illis maledictis!
* Don Elia é o pseudônimo de um sacerdote italiano, autor e editor do blog "La Scure di Elia".
Comentários
Postar um comentário